sábado, 17 de novembro de 2007

Meus "eus" leitores

Por Gisele Voss


É engraçado... depende do texto que leio me dá uma vontade de escrever. O problema está naqueles autores com quem acabo me identificando, e se for escrever vai ser um plágio bem feito.
é o que acontece quando leio as crônicas de Martha Medeiros, Rubem Alves. O que me identifico é com o assunto e a forma com a qual escrevem, mas infelizmente não identifico onde encontro a varinha mágica (ou teclado mágico) para colocar as palavras e idéias de forma tão... tão... olha aí! já faltou a palavra!

Enquanto não encontro outro teclado, digitarei as palavras que aparecerem, neste computador mesmo. Uma mistura de leituras e idéias, que li intensamente em 24 horas. O problema está justamente no que Rubem colocou em sua crônica “Quem sou eu?”, “Eu somos” dizia numa parte. Somos tantos “eus” dentro de um só, que até nas leituras ando multipersona... De ontem para hoje, li textos sobre Psicologia Social, matéria do jornal sobre relacionamentos amorosos, as crônicas do Rubem Alves, capítulos sobre feminismo de Leonardo Boff, e um site sobre Doutores da Alegria. Em meio a tudo isso tive uma aula de múltiplas inteligências ontem de manhã e de sociologia, sobre o iluminismo hoje, algumas horas atrás. Como disse meu professor, se junto com o livro, a gente comprasse horas para ler...
Então, nessa sopa de rizoma, onde crescerá o broto deste texto? Por enquanto, os “eus” estão brigando. O super ego está dizendo para parar de escrever e ler a matéria da prova do final da semana. O Id diz pra soltar as idéias sem pensar no que virá. E o ego, coitadinho, não sabe o que fazer. E eu abraço o ego, e espero os dedos escreverem sozinhos.
Acho que o tema está realmente nesta pluralidade, nessas possibilidades, de fazermos tanto em pouco tempo, ou deixarmos o tempo passar. Não sei deixar o tempo passar.. O ócio criativo até me anima, mas esperar acontecer, não combina. Prefiro agir, nem que seja diferente do que planejei ontem, mas que aconteça agora. Andar deixando rastos não é para mim, prefiro a idéia do Rubem Alves: “Antes o vôo da ave que passa e não deixa rasto,/ que a passagem do animal, que fica lembrada no chão./ A ave passa e esquece, e assim deve ser.(...)” Por mais difícil que seja, não faço procurando deixar a marca no caminho, mas para poder alçar vôos mais altos no futuro. O que é difícil em um mundo que se age esperando que alguém marque, para receber a recompensa, para não ser desperdiçado. Será que nesta busca de não perder tempo em algo que não deixará marcas não se vive mais costurando pro futuro, remendando o passado, esquecendo da linha do presente?



Texto Resenhático Banheirístico de Homonima Autoria de Gisele Voss

...Hasta...

2 comentários:

Anônimo disse...

Que honra! (ou nao... eheheh)
Ganhei um lugar no trono!
e sem pedir...
é q (nem) sempre fui assim...
Gracias!
p.s. Qual lógica entra no céu? A do bicho do pé?

Bibiana Friderichs disse...

visitei! reli! e adorei!
beijos