segunda-feira, 23 de junho de 2008

Acróstico

Foda é esse frio
Rachando o meio dos dedos
Inchando os pés
O pinto se esconde

Por Pablito e Baiano

sábado, 14 de junho de 2008

O azar é deles...

Fala proferida em evento sobre Maio de 1968.

Tempo disponível para a fala: 68 segundos

Tempo utilizado: Incontável e impossível


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Boa noite ouvintes e ouvintas

.........Estamos aqui esta noite, por muita coisa, talvez por coisa nenhuma... e é por onde caminha a humanidade... por coisa nenhuma e todas as coisas! Terminando numa grande desilusão farsesca das vidas de cada um de nós, nossos fantasmas, nossos eus, nossas fronteiras, nossas estruturas, nossas oceanos subjetivos.
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Gostaria de fazer um anti-manifesto anti-saudosista... porque assim eram muito mais lindos os meus tempos!
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Quero deixar aqui, o pó das traças da velharia mórbida, parada, jogada no canto de um quarto de um quarto.
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Quero construir na cultura nossa de cada dia, um sentido a la 1968. Mas não sou 68... sou 2008. E sendo assim... não me contento com 68 segundos... peço que as grades protocolares sejam moto-serradas e que me possibilitem a apropriação de 2 minutos e 8 segundos!
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Que me deixem fazer o velho... em forma de novo. Porque o novo é o velho restaurado, reconfigurado, reformado... aliás, DESFORMADO!
Que me deixem não repetir, não reproduzir, não ser o que já foi. Que me deixem gritar e calar, que me deixem dar um coice nas fronteiras, que me deixem construir, destruir, que me deixem ir, vir... que me deixem devir!
Que me deixem absolutamente livre... que me escutem e me compreendam... e se não, não importa, o azar é deles!
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E ao me deixar, que deixem a todos... que deixem as gerações: as do leite, as do sexo, as do trabalho, as da bengala... que deixem, aliás, essas categorias para trás, porque enfim somo todos fio do mesmo fim!
Nos misturamos e nos moldamos... somos corpos em movimento e em diálogo! Somos construtores, produtores de cultura, sentido, significado, subjetividades!
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E se assim passar do tempo... Que me deixem... porque isso não é 68, nem mesmo é 2008... afinal “O que foi não mais existe; existe exatamente tão pouco quanto aquilo que nunca foi. Mas tudo que existe, no próximo momento, já foi”. Arthur Schopenhauer
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... hasta...