quinta-feira, 25 de outubro de 2007

MemeEmBlog

"Os mais otimistas irão alegar que o dado é de 1995 e que hoje é diferente."

ROQUE, Padre. Fé, política e educação. Brasilia: Centro de documentação e informação. Câmara dos deputados, 2000.
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Passado pela Biba:

1. Pegue um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2. Abra-o na página 161 (se não tiver página 161, pegue a mais próxima;
3. Procure a 5ª frase completa;
4. Poste essa frase em seu blog;
5. Não escolha a melhor frase nem o melhor livro;
6. Coloque sua frase nos comentários do blog (pra que todos vejam…)
7. Repasse para outros 5 blogs.

*** Ainda não mandei para ninguém... mas assim que o fizer postarei aqui quem foram os felizardos!***

sábado, 20 de outubro de 2007

Ferreira Gullar

homem comum

sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento.
sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas.
rostos
e mãos.
sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor.
mas somos muitos
milhões de homens comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos
de sonhos e margaridas.


[dezembro de 63]

Foto de Julian Dall'Asta

...Hasta...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

OPMET i OIZAV

O Tempo e a transitoriedade de todas as coisas são apenas a forma sob a qual o desejo de viver – que, como coisa-em-si, é imperecível – revelou ao Tempo a futilidade de seus esforços; é o agente pelo qual, a todo o momento, todas as coisas em nossas mãos tornam-se nada e, portanto, perdem todo seu verdadeiro valor.

O que foi não mais existe; existe exatamente tão pouco quanto aquilo que nunca foi. Mas tudo que existe, no próximo momento, foi.
Arthur Schopenhauer

domingo, 7 de outubro de 2007

mundo.des

"Acreditar no mundo é o que mais nos falta, nós perdemos completamente o mundo, nos desapossaram dele".






"Acreditar no mundo significa principalmente suscitar acontecimentos, mesmo pequenos, que escapem ao controle, ou engendrar novos espaços-tempo, mesmo de superfície ou volume reduzidos".


Frases de Gilles Deleuze

Futebol e Desconstrução

Novamente futebol...


Hoje foi o jogo oficial... o jogo que motivou o jogo de ontem. E as dores de ontem armaram um cartel com as dores de hoje.


Perdemos de 4 a 1. Caiu uma puta chuva torrencial durante o jogo. era barro pra todo lado. tu chegava perto da bola por uma lado, e ela, assustada, saia correndo para outro lado, que geralmente não era o lado de algum companheiro.


PUTA MERDA! Bolada na cara. bem que o juiz tinha dito que era mais seguro tirar o óculos na para jogar. mas como é que um ser com 4 graus de miopia vai conseguir jogar sem óculos? PUTA MERDA! Bolada na cara... cada vez maior era a bola, até escurecer por completo, quando abri os olhos. cadê o óculos?. para o jogo, alguém tem que encontrar meu óculos. achou?. valeu!. era o óculos mais torto que eu já havia visto. a lente esquerda encostava no olho (literalmente). (des)entortei.


CHUVA: óculos (de novo) cheio de gotículas muito simpáticas. óculos atrapalhando a visão. o paradoxo óptico do futebol.


Minha perna esquerda não mais faz parte de meu corpo. é um corpo estranho no meu próprio corpo. ela parece ter sido arrancada, depois juntada, depois arrancada novamente e torcida, depois rosqueada em alguma equivocada parte de meu quadril. a própria perna como um todo parece estar fragmentada em outras tantas partes. é o início de uma total fragmentação. ou desconstrução?!. o futebol age no meu corpo como dispositivo desconstrutor.


Vou-me ir. a complexidade futebolística do meu corpo clama por desfragmentação.
...hasta...


sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Quase


Acabei de voltar de um jogo de futebol... o jogo foi o maior legal... pena que eu estava jogando.


meus tornozelos doem. a folha dos pés dói. os dedos doem. o joelho dói, levou uma pancada filha da puta. minhas coxas doem. doem bastante. meu quadril dói. o abdómen dói. o outro joelho também dói. dói o meu pulmão. doem os cotovelos. dói um pouco o pescoço. a cabeça não dói, mas a consciência dói. os pulsos também estão doendo. o all star abriu uma boca no bico. o tênis me derrubou algumas vezes. eu me derrubei outras. fiz dois gols. levei uns vinte. apesar de algumas dores. amanhã tem outro jogo. estarei lá.


...hasta...

Quase... mas não foi hoje!

Suicidou

Sangue! Sangue!Sangue!
Chatterton, suicidou
Kurt Cobain, suicidou
Getúlio Vargas, suicidou
Nietzsche, enlouqueceu
E eu!
Não vou nada bem
Não vou nada bem
Não vou nada bem
Não vou nada bem...

Passei o dia, a semana, inteira cantando esta música. minha mãe, seguindo os ensinamentos do sábio estereótipo cinematográfico, disse para cambiar as últimas frases. "inverte meu filho, inverte... ao invés de cantar não vou nada bem, canta eu vou muito bem"... pense positivo e seu cérebro produz uma onda que retumbará em todo o resto do mundo. uma onda que faz até um barulhinho: uhoooouummm!

Puta que pariu... não vou nada bem!

Se fosse para cantar que vai tudo bem, não cantava, porque afinal: quem canta seus males espanta...... e não tendo males, para que cantar?

Goya enlouqueceu...

***___***


Aumentemos nosso repertório banherístico: novas implicações teóricas vem sendo agregadas à Teoria das Leituras Banais de Banheiro. As leituras de banheiro comportam auto grau de tolerância frente a qualidade do fim, uma vez que o que se busca é a satisfação do meio. E aí se encontra o comum acordo entre nossa mente e nosso corpo. Um território único para a complexidade de nossos processos cognitivos e para nossa primitiva rejeição orgânica. O que quero dizer, é que tanto no cocô como na leitura de banheiro, o que importa é o processo. Não nos importamos com aquilo que está a deriva nas águas escurecidas por nossa sombra, mas sim com o processo como aquele moreno afogado naufragou. Nos importamos é com o fazer cocô e não com o próprio cocô. Assim é também o ato de ler no banheiro. Não nos importamos com os objetivos da leitura, nem com o final do texto, nem com nada... apenas nos preocupamos em ler para amenizar o dolorido, por vezes dolorido, processo de evacuação. Portanto, ler no banheiro, significa combinar a cognição com a evacuação.

Pensando desta forma, se nossa cabeça está a serviço do nosso cú, mais próprio seria jogar algumas leituras vaso abaixo. E, assim como cagar, as leituras são algo muito singular da existência de cada um. Logo, não falo por ninguém, cago por mim mesmo.

Algumas leituras que eu daria descarga:

- The Secret (livro e filme. "encaminhe este DVD para 21 pessoas, do contrário perderás todos os bens, ficará gordo, com rugas, lhe chamarão de Viado, ganharás menos que os professores de escolas públicas")
- O texto "Profissionais dos Palcos", do jornal Periódico Central (por ser um surto psicótico do jornalista, embora os psicóticos sejam um pouco mais criativos).
- Minhas aulas de Psicologia Clínica (sem comentários)
- Alguns professores da Privada (muitos comentários, mas se eu abrir a boca terei que morrer)


Leituras para serem reflectidas durante o banho:

- Seu Jorge (eu não ando nada bem...)
- Pra Ler/Zer (apesar do mel da última página, grandes textos)
- Blog da Bibianda (scriptografias... grandes comentários)
- Babel
- Coleção Baderna da Conrad (TAZ)
- Alguns Professores da Privada (Pouquissimos)


...hasta...


Suicidou

Eu prometo não te prometer nada
Nem te amar pra sempre
Nem não te trair nunca
Nem não te deixar jamais.

Estou aqui, te sinto agora
Sem mascaras, nem artifícios.
Enquanto for bom para os dois
Que o outro fique.

Nada a te oferecer exceto eu mesma
Nada a te pedir exceto que seja...
Quem tu és.

Tuas coisas continuam tuas...
E as minhas, minhas.
Não nos mudaremos na loucura...
De tornar eterno,
Esse breve instante que passa.

Se crescermos juntos,
Ainda que em direções opostas
Saberemos nos amar como somos
E não teremos medo ou vergonha...
Um do outro.

Não te prendo e não permito...
Que me prendas.
Nenhuma corrente pode deter,
O curso da vida.
Quero que sejas livre como eu...
Própria quero ser.

Companheiros de uma viagem
Que está começando...
Cada vez que nos encontramos novamente.

Geraldo Eustáquio de Souza