quarta-feira, 28 de novembro de 2007

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

!!! Cadavre Exquis !!!

Na parede estava escrito ENTÃO.
.
Então, os meus pés se vão
assim , de música em sica
.
e sempre foi assim,
.
só porque ela estava de pulôver vermelho.

Nathália. Bibiana. Pablito. Gisele. Julian
...

O cadáver delicado ou cadavre exquis é um jogo criado pelo surrealista português Mário Cesariny (na década de 1940) a partir uma técnica de escrita e de pintura coletiva, cujo objetivo era surpreender o consciente. Nesse sentido ele propunha que a obra fosse construída através do trabalho em cadeia, onde cada autor dá continuidade, em tempo real, à criatividade do autor anterior, conhecendo apenas parte (ou nada) do que este fez.
Na prática, trata-se de um “Jogo de papel dobrado que consiste em fazer compor uma frase ou desenho por várias pessoas, sem que nenhuma delas possa aperceber-se da colaboração ou colaborações precedentes. O exemplo, tornado clássico, que deu nome ao jogo, está contido na primeira frase obtida deste modo: O cadáver-esquisito-beberá-o-vinho-novo.” (in Antologia do Cadáver Esquisito, organização de Mário Cesariny, Lisboa, Assírio & Alvim, 1989, p.95). Na época, muitos dos resultados desta escrita automática foram publicados na revista de André Berton, "La Révolution Surréaliste".
....
p.s.: há uma controvérsia quanto a tradução do termo exquis. As publicações mais recentes o traduzem como delicado e não esquisito.

*** Informações retiradas do Blog da Biba - Scriptografias ***

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

EREP SUL

Criação: Julian Dal'Asta, Pablo Corazza e Cilene Potrich
Arte: Julian Dal'Asta
Pé: Pablo Corazza

sábado, 17 de novembro de 2007

Apontamentos Pega Pega

Apontamentos sobre um filme que pega um, pega geral.



Minha espera foi longa. Muitos e muitos dias fiquei ouvindo muitas e muitas pessoas falarem sobre o filme. Já estava repetindo frases chave dos personagens do filme, mas nem sequer havia visto o cartaz do filme. Discuti a relevância dos argumentos nas mesas de bar em ardentes debates etílicos sobre o filme. Apreciei discussões e citações do filme no congresso nacional de psicologia social, em pelo menos duas das conferências principais. Ouvi atentamente tudo... mas ainda não o tinha visto. Meus nervos já não suportavam ter o conteúdo mas não ter o recipiente!

passei na padaria. tomei uma cerveja. conversei com pessoas de coração. dopo, fui ao cinema... sozinho, como gosto.

Tropa de Elite.

Saí do Cinema incomodado... ainda não sabia o que pensar, pois pensar é estar doente dos olhos (Fernando Pessoa). saí com vontade de meter a mão na cara de todo mundo. Fui no Bar Bokinha, minha voz estava alta, e não poucas vezes usei partículas liguísticas das torturas Bopeanas para pedir que me servissem mais cerveja.

O que pensar...

Para mim ficou claro uma coisa, a genialidade do Padilhão. Um cara que dirige um admirável documentário como o 174 e depois um filme como o Tropa de Elite, só pode ser um gênio. Gênio pela contradição estratégica. o Padilha é do Bope. Por isso falam tanto em estratégia, "o bope não entra no morro mandando bala, entra com estratégia", "o conceito de estratégia (...), em francês, inglês, em italiano, em alemão, em português, em espanhol" (... e não tenha estratégia pra você ver... Afoga-se nessa liquidez moderninha).

Um filme que pega um, pega geral... é um filme de todos. Um filme de massa. Um filme comercial. Um filme de críticos. Um filme para intelectuais e acadêmicos. Um filme brasileiro não holiwoodiano. Um filme de ação policial holiwoodiano. Um filme personalista, uma realidade, uma ficção. É tropa de elite e tropa da elite.

Não é a totalidade que o torna admirável aos meus olhos, mas o jogo de detalhes. Sendo assim, a o roteiro é uma bosta: fica o tempo inteiro se justificando, mal costurado, com soluções anteriores as problemáticas, com um romantismo e personalismo asmático. Por outro lado, como ser um filme de todos se não seguir o roteiro de todos?

Mas os detalhes, quase subliminares, as mensagens paradoxais, a divulgação pirata (com caveira e tudo), o soco nos estudantes e nos próprios cineastas.

As vezes, para conseguir ouvir um sim, deve-se dizer não.

Ouvi um guri argumentar "não são os maconheiros que matam as crianças no morro... é o sistema capitalista"... puta que pariu... então porque vc não pega uma arma é vai fazer a revolução, borra bosta de meia tigela... Quero ver quantos amiguinhos de Lenin pegariam em armas para acabar com o sistema capitalista, para enfim poder fumar um baseadinho feliz, afinal o sistema não mata mais criancinhas no morro. A questão que acho primordial, não é de fato se VC fuma maconha ou não fuma, mas que pelo menos ponha as patas no chão... as coisas existem, não são etéreas aliás...

O esvaziamento do debate acadêmico...: está história de que o filme trás o esvaziamento do debate acadêmico me é estranha. Para mim o filme trás pela brilhantemente a hipocrita realidade da academia. O debate acadêmico é vazio. A academia é uma toca de cupim... ou uma tropa de cupim... aliás é a Tropa da Elite...

Foram alguns apontamentos que serão melhor escritos outra hora... por enquanto é esse caos indignado.

...hasta algun nada con nadie...

Otium Otnis

...EU SEMPRE FUI ASSIM...

Meus "eus" leitores

Por Gisele Voss


É engraçado... depende do texto que leio me dá uma vontade de escrever. O problema está naqueles autores com quem acabo me identificando, e se for escrever vai ser um plágio bem feito.
é o que acontece quando leio as crônicas de Martha Medeiros, Rubem Alves. O que me identifico é com o assunto e a forma com a qual escrevem, mas infelizmente não identifico onde encontro a varinha mágica (ou teclado mágico) para colocar as palavras e idéias de forma tão... tão... olha aí! já faltou a palavra!

Enquanto não encontro outro teclado, digitarei as palavras que aparecerem, neste computador mesmo. Uma mistura de leituras e idéias, que li intensamente em 24 horas. O problema está justamente no que Rubem colocou em sua crônica “Quem sou eu?”, “Eu somos” dizia numa parte. Somos tantos “eus” dentro de um só, que até nas leituras ando multipersona... De ontem para hoje, li textos sobre Psicologia Social, matéria do jornal sobre relacionamentos amorosos, as crônicas do Rubem Alves, capítulos sobre feminismo de Leonardo Boff, e um site sobre Doutores da Alegria. Em meio a tudo isso tive uma aula de múltiplas inteligências ontem de manhã e de sociologia, sobre o iluminismo hoje, algumas horas atrás. Como disse meu professor, se junto com o livro, a gente comprasse horas para ler...
Então, nessa sopa de rizoma, onde crescerá o broto deste texto? Por enquanto, os “eus” estão brigando. O super ego está dizendo para parar de escrever e ler a matéria da prova do final da semana. O Id diz pra soltar as idéias sem pensar no que virá. E o ego, coitadinho, não sabe o que fazer. E eu abraço o ego, e espero os dedos escreverem sozinhos.
Acho que o tema está realmente nesta pluralidade, nessas possibilidades, de fazermos tanto em pouco tempo, ou deixarmos o tempo passar. Não sei deixar o tempo passar.. O ócio criativo até me anima, mas esperar acontecer, não combina. Prefiro agir, nem que seja diferente do que planejei ontem, mas que aconteça agora. Andar deixando rastos não é para mim, prefiro a idéia do Rubem Alves: “Antes o vôo da ave que passa e não deixa rasto,/ que a passagem do animal, que fica lembrada no chão./ A ave passa e esquece, e assim deve ser.(...)” Por mais difícil que seja, não faço procurando deixar a marca no caminho, mas para poder alçar vôos mais altos no futuro. O que é difícil em um mundo que se age esperando que alguém marque, para receber a recompensa, para não ser desperdiçado. Será que nesta busca de não perder tempo em algo que não deixará marcas não se vive mais costurando pro futuro, remendando o passado, esquecendo da linha do presente?



Texto Resenhático Banheirístico de Homonima Autoria de Gisele Voss

...Hasta...

domingo, 11 de novembro de 2007

Realidades

Após anos de vazio. De retumbante silêncio. Ressurge aos olhos pueris, ó ave singela... das cinzas voa alto e ainda mais bela... ó Fénix.

obrigado... obrigado!

É com imensa alegria e um pouco de dor de barriga que volto a escrever neste blog... legal (eu tinha escrito incrível... achei que não ia pegar bem) .

Esses anos que passei fora... vagando pelos desertos do mundo, não me serviram de quase nada. Cheguei hoje, cortei a barba de ermitão, e cá estou-me... dificultosamente tentando escrever. é interessante como, por vezes, nos vemos em realidades distintas do que normalmente pensamos pensarmos para, logo, existirmos. Estou lendo um livro bem legal, que há muito me chamava. estávamos separados por um muro nazista chamado tempo e dinheiro e responsabilidade de homens adultos para com suas famílias (pensando bem, são alguns muros). pois que o comprei por 2 reais (um dos muros: marretado). peguei uma gripe que está avançando rapidamente para uma pneumonia (destruído o muro da responsabilidade com a família: meus doze filhos agora devem me trazer cházinho de limão com mel). fui ao banheiro (ultrapassada a barreira de tempo: lembrem-se da dinâmica das leituras de banheiro... assim que sai, entra!). A nobre literatura é o admirável Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Uma leitura realmente muito pneumática. Abro o livro e me vejo em outra realidade, não tão contraditória com aquela realidade na qual penso e existo. uma realidade da qual talvez não possamos fugir (a do Aldous).

aí... sentei no sofá... ao lado da tia rosa que estava assistindo seu programa dominical favorito, apenas superado pelas missas santas da Rede (me dê a sua)Vida... estava assistindo o Faustão. eu lá sentado. assistindo o Faustão. e o Faustão me assistindo. e caí. numa outra dimensão. uma dimensão em que 8 milhões de pessoas pensam e existem neste país. e o Faustão ali, me olhando. e fui envolvido por uma névoa de desconforto. que mundo é esse? pensei. mais um Admirável Mundo me acostumando a existir nas patéticas tardes de domingo.

...hasta...